Sempre fui entusiasta dos esportes radicais. Eu era meio viciado em adrenalina, estava sempre procurando uma coisa errada pra fazer, e não conseguia andar de bicicleta normalmente, ou era empinando ou procurando um caminho mas difícil. Até em Floripa, em 2006, encontrei um jeito de chegar ao prédio do mestrado por uma trilha que dava num salto de mais de um metro, passava todo dia ali, mesmo nas frias manhãs de junho, só pra dar uma "radicalizada".
O que mais pratiquei e me especializei foi downhill. Não tem coisa mais louca que descer montanha a toda velocidade saltando obstáculos e desviando de pedras, árvores, penhascos e barrancos. Mas eu era tão desorientado que vivia inventando meios de aguçar a adrenalina e despejar mais alguns mililitros no meu sangue. Não é tão legal dizer isso hoje, já que uma dessas "invenções" me custou os movimentos das pernas, mas mesmo assim é bom relembrar.
Uma das coisas que eu fazia pra aumentar a adrenalina era subir em torres. Qualquer torre, de TV, celular, rádio. Subi em quase todas de Viçosa. Isso começou porque eu fazia trilha de bibicleta em tudo quanto é montanha, e muitas vezes me deparava com alguma torre no caminho. E como não tinha muita proteção, e quando tinha a gente dava um jeito, lá ia eu e quem tivesse coragem subir na torre. Escrevi meu nome várias vezes no topo delas, arranhando com chave. Colocava o nome e a data, pra voltar depois e colocar outra data. Deve ter torre com mais de dez "marcas" minhas.
Mas não bastava ao retardado aqui subir na torre. Tinha que ir até o ponto mais alto, geralmente entre 20 e 50 metros do chão. E lá em cima, dava uma "pendurada" pra sentir a pressão da altura. Incrível como essas torres balançam. Tem hora que dá medo, principalmente nas mais finas, mas se balança é porque a estrutura aguenta. Mas nunca depredei torre alguma, subia só pra curtir o visual mesmo e colocar meu nome.
As fotos são nas torres de televisão e telefonia que tem entre a cidade e a universidade. Nas duas últimas fotos estou pendurado no ponto mais alto. Graças a Deus não virei cadeirante mais cedo. Ou coisas pior.
Outros feitos da minha busca por manter altos os níveis de adrenalina (obs.: não recomendo a ninguém estas loucuras, serve na verdade como aviso, com esta postura fiquei paraplégico, que é até uma consequência "branda"):
- 205 km/h em moto, numa ninja 1.100;
- 220 km/h em carro, num Xsara 1.8 16V, fazendo racha com um Audi e um Golf (os três prata, tava até bonito) na BR040;
- 87 km/h em bicicleta, descendo montanha em trilha;
- mais de 100 km/h em bicicleta, descendo montanha no asfalto (o computador de bordo só marca até 99 km/h);
- Curso e salto de para-quedas em Juiz de Fora;
- Viagem de carro (Uno 1.5Egg) de Viçosa a Belo Horizonte (230 km) em duas horas e cinco minutos (média superior a 100 km/h);
- Viagem de bicicleta de Viçosa a Ouro Branco (140 km), duas vezes indo e uma vindo;
- Dezenas de corridas de kart, com êxito em mais de 90% delas;
- Manobras radicais de jet ski em Alcobaça, aprendi até a mergulhar a frente e sair da água em salto.
Tenho muitas histórias destas aventuras, depois conto mais. Ultimamente tenho publicado aqui histórias antigas minhas, fugindo um pouco do tema "lesado com lesão" mas é só pra mostrar o quanto eu era lesado antes da lesão.
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