terça-feira, 30 de novembro de 2010

Músicas e expressões que nos sacaneiam

Tem algumas músicas em que os compositores não pensaram nos cadeirantes, ou então tem alguma fixação por andar. Que mania que esse povo tem de fazer tudo andando. Porque não pode ser rodando?
A primeira que me vem à mente é a da Elis Regina: "Caminhando e cantando e seguindo a canção..." Não poderia ser "caminhando e rodando"?
E aquela do Jota Quest: "Vem andar comigo"... cara, dói lá no fundo. Você todo romântico ouvindo um som com a namorada, aí vem essa música... é capaz até de broxar o indivíduo.
É como algumas expressões que neguinho fala até sem querer, mas que magoa profundamente... tipo quando você encontra um amigo que não vê há muito tempo, e o que o cara te pergunta?

- Por onde você tem andado? ou então
- O que você anda fazendo?
Cara, não ando fazendo nada. Não tenho andado por lugar nenhum. Mas estou meio rodado...
Mais uma coisa que faz sofrer: quando você está saindo de casa, e quer se arrumar na cadeira, se ajeitar, a namorada vira pra você e fala:
- Vamos embora, anda!
Essa hora talha o sangue. Minha filha, eu não ando não. Será que não percebeu até hoje? Agora vou empacar aqui, que nem burro, quero ver me tirar.
Mais algumas expressões que não podemos usar:
- Vou dar no pé. (até podemos mesmo porque se der no pé nem dói)
- Chutando o pau da barraca. (que tal puxando o pau da barraca?)
- Chutar o balde. (no máximo consigo derrubar o balde empurrando com a cadeira. Pelo menos entorna tudo.)
- Entrar em casa pé ante pé. (acho que rodando faz mais barulho)
- Sai do meu pé. (esse pode ser substituído por sai da minha aba)
- Passar a perna. (cadeirante é muito honesto, não passa a perna em ninguém)
E tem outros, se for lembrando coloco aqui. Vamos criar nossas próprias expressões!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Mijando verde

Anteontem levei um susto: de repente reparei que meu xixi estava verde. Ou eu estava virando o incrível Hulk ou tinha tomado alguma coisa estranha pra dar essa reação. Como não senti meus músculos crescendo, parti pra segunda hipótese e descobri: a culpa era do Sepurin, um remédio que o Sarah me receitou pra casos de início de infecção urinária.
No sábado vi que minha urina estava ficando turva e começei a sentir as dores típicas de infecção, resolvi então experimentar o tal remédio. Mas não imaginei que ia mijar como o Hulk!
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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Que placa é essa?

Enquanto esperva no Sarah hoje fiuei intrigado com a placa acima colada na porta do banheiro. Será que é próprio pra transformista? Ou pra uma muher com meia-saia? Lembrei de um video engraçado...
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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Salgado do Cróvis

Às vezes viajo tanto numa coisa que dá até pra fazer uma peça de teatro. Há uns meses isso aconteceu, e vou contar em forma de peça mesmo. Começou quando ganhei dois ingressos para assistir a Orquestra Filarmônica no Palácio das Artes.
Prólogo: o cara humilde casa com sua vizinha de rua, mais humilde ainda, no interior. Querendo mudar de vida, ele estuda muito e faz um concurso público. Passa no concurso, e os dois se mudam pra capital. Ele, apesar de humilde, sempre foi muito discreto e bem informado. Ela, não quis saber de estudar e é meio sem noção, fala o que vem na cabeça e geralmente fala alto.
1º ato: depois de um tempo trabalhando, ele ganha do chefe dois ingressos para acompanhá-lo numa apresentação da Orquestra Sinfônica. Chegando em casa, conta feliz pra mulher que eles vão em um evento chique com o chefe e a mulher dele, mas ela terá que se comportar, pois são pessoas finas, e não quer passar vexame. E ela:
- Esquenta não benhê! Eu sei comportá bem chique, que nem aquele povo da novela.
O cara só reage com um tapa na testa.
2º ato: chegam os dois no Palácio das Artes, onde será a apresentação e encontram o chefe e a esposa. O chefe elogia o vestido dela e ela rebate:
- Brigadim, viu? Comprei lá na C&A, foi baratim baratim!
Entram no recinto, todo aquele requinte. E ela deslumbrada falando alto:
- Nossinhora mãe de Deus, que coisa mais linda, isso aqui é maior do que o terreiro de café lá do sítio!
O marido morrendo de vergonha explica que não pode falar alto lá dentro.
Eles se sentam e ela começa a ler o programa da noite. De repente, empolgada, ele fala pro marido:
- Olha só bem, eu conheço o moço que mexe com esse trem de orquestra!
- Conheçe não, amor, tá confundindo.
- Não, conheço sim, olha aqui: Fundação Clóvis Salgado. Conheço demais da conta! É o Cróvis, lá da rua do Sapo, ele vendia salgadinho pra todo mundo, cansei de comer salgado do Cróvis! Era coxinha, kibe, croquete... uma delícia, sô! Ah chefe, cê já provou o salgado do Cróvis? É muito bão! Que hora que eles começam a servir aqui, heim?
O marido se encolhendo cada vez mais. Explica pra ela que aquele era outro Clóvis, e não o que ela conhece.
Ela entende e continua lendo o programa. E logo solta uma gargalhada. Com mais vergonha ainda, ele pergunta o motivo. Pra que...
- Ah, esse povo da capitar não sabe o que é bom mesmo. Tá aqui ó: "Allegro ma non troppo". Não dá pra entender. Quando eu tô alegre, aí que eu trepo mesmo! É ou não é, meu bem? Conta pra eles, conta!
O cara não sabe onde enfiar a cara. Logo começa a sinfonia e ele explica que não pode falar absolutamente nada. Sorte dele...

quarta-feira, 19 de maio de 2010

A saga da TV do quarto

Relutei antes de publicar este post, pra não passar por indeciso demais e chato. Mas meu signo é libra, e mesmo não sendo fã de horóscopo, um signo cujo símbolo é uma balança serve de desculpa pro caso. Tudo começou quando descobri que podia comprar eletrônicos com o cartão de alimentação corporativo, e eis que me lembrei da força que fazia pra enxergar minha tv de quatorze polegadas no quarto (apesar de já ter uma gigante na sala). Solução, comprar uma tv nova com o cartão. Mas que modelo comprar?
O sonho de consumo é sempre a LCD, mas os preços ainda estão o olho da cara. Mas pro quarto, uma de 22" seria suficiente, e os preços estão baixando. Fui com a Gi ao Carrefour e a mais barata estava por 899,00 reais, muito cara. Mas já que estávamos lá, e eu tinha um bom saldo no cartão, descobrimos uma máquina de café expresso por menos de 200,00 pratas, resolvemos levar. Mas chegando em casa, vi na Internet que ela não era muito boa, a pressão era baixa, e tinha uma outra melhor no Extra. Não abrimos a máquina, e no fim de semana seguinte, voltamos ao Carrefour decididos a trocar por uma tv de 21" de tubo, daquelas comuns, pois era mais do que suficiente.
Lá chegando, vi a tv em promoção por 400,00 pratas e fui ao guichê de atendimento ao cliente para fazer a troca. As meninas checaram, deram uma notinha com o valor e fomos lá pegar a tv. Pedi ao vendedor, mas ele me informou que aquela era a última, não tinha mais em estoque. A única em estoque era uma Samsung, que custava 550,00 reais. Pô, por esse preço eu preferia esperar e comprar a LCD, então resolvi levar um Home Theater. Mas porque o Home? A ideia era esperar a tv entrar em promoção de novo e trocar.
Ficamos com o Home Theater quase um mês lacrado, quando finalmente a tv LCD entrou em promoção, por 799,00. Fomos ao Carrefour no dia seguinte, mas não é que a promoção já tinha acabado? Estava cem reais mais cara, voltei triste pra casa, mas uma semana depois resolvi comprar a de tubo de novo. Cheguei lá e fui ao atendimento ao cliente trocar o Home Theater, as meninas conferiram e peguei a notinha. Já tinha chegado mais no estoque, estava o mesmo preço, pedi a tv, comprei mais uma antena interna e fui embora. Mas já no estacionamento bateu o arrependimento.
Chegando em casa chutei o balde, resolvi que ia trocar de novo no dia seguinte pela de LCD. No sábado voltamos ao Carrefour e eu já fui rezando pra não ser as mesmas atendentes no setor de troca. E não é que eram elas? Já me olharam com aquela cara de "lá vem aquele cadeirante mala de novo trocar alguma coisa"... Como minha cara não queima, pedi a Gi pra buscar a tv grande no carro (mulher de cadeirante sofre) e solicitei a troca de novo. E garanti pras meninas que seria a última vez (apesar de que, se eu cismasse, trocava de novo).
Quando chegamos no setor de tvs, para minha surpresa, a que eu queria estava em promoção de novo! Que beleza, não ia pagar mais caro. Mas como adoro uma pechinha, ainda chorei com o vendedor pra fazer um preço melhor à vista. E não é que ele fez? Tirou só 27 reais, mas já estava bom. Pegou a tv e fui fazer o pagamento. Mas como eu tinha uma nota de crédito e ia pagar o resto no cartão, ele se enrolou na hora de registrar e não conseguia fechar. Aí eu sugeri que ele aumentasse o desconto, pra resolver. Falei meio brincando, mas o cara levou a sério e aumentou pra 40 pratas! E conseguiu fazer o pagamento.
No fim das contas consegui um desconto de 15,5% sobre o preço de sexta feira! Não é ótimo? E taí uma dica de compra, pechinchar sempre no preço à vista. Tem muita loja que diz que não muda o preço à vista, mas é porque ganham no parcelamento, mas na insistência abaixam o preço sim. E não se acanhem pra trocar produtos, no final eu fiquei muito mais satisfeito do que se tivesse aceitado o primeiro produto.

sábado, 15 de maio de 2010

Acabou a novela

Acabou a novela e tenho dois comentários idiotas:
- Novela é foda, não é que a Luciana levantou no final? E ainda aplaudiu...
- Esse maestro Arthur Moreira Lima é o verdadeiro Joseph Climber!
Tenho dito.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Ironia

Não é uma puta ironia um paraplégico usar uma toalhinha pra fazer cat com propaganda do Johnnie Walker? Pois é, eu uso. E apesar de que eu não estava bêbado no meu acidente, é bom pra lembrar que bebida e direção não combinam. Abaixo algumas propagandas engraçadas do Johnnie Wlaker:
Apesar da ironia, serve pra qualquer um o lema "keep walking" - desde que traduzido não literalmente, mas da forma poética "continue em frente". Isso aí a gente consegue!
Veja mais clicando aqui.
Pra fechar, a versão cadeirante, pois até o Johnnie Walker é politicamente correto e avisa: se beber, não dirija. Ou você "can't keep walking"...

sábado, 27 de março de 2010

Filosofia de Banheiro de Boteco





"SE VOCÊ AINDA NÃO ENCONTROU A PESSOA CERTA, VAI COMENDO A ERRADA MESMO..."
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"NÃO DÊ RISADA DE TUDO, PORQUE QUEM ACHA TUDO GOZADO É FAXINEIRA DE MOTEL"
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"HOMEM É IGUAL A CAIXA DE ISOPOR: É SÓ ENCHER DE CERVEJA QUE VOCÊ LEVA PRA QUALQUER LUGAR."
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"A DIFERENÇA ENTRE A MULHER E O HOMEM????
A MULHER ESTÁ SEMPRE PRONTA PARA O QUE DER E VIER E O HOMEM ESTÁ SEMPRE PRONTO PARA QUEM VIER E DER."
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O CAFÉ EXCESSIVAMENTE QUENTE, EM COPO PLÁSTICO , REDUZ EM DOIS TERÇOS A POTÊNCIA SEXUAL DO HOMEM:
PRIMEIRO QUEIMA OS DEDOS; DEPOIS A LÍNGUA..."
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"O CAMINHO PARA ENCONTRAR A PAZ INTERIOR É TERMINAR TODAS AS COISAS QUE VOCE COMEÇOU."
ENTÃO EU OLHEI AO MEU REDOR PARA VER TODAS AS COISAS QUE EU TINHA COMEÇADO E NÃO HAVIA ACABADO.
ENTÃO, HOJE EU TERMINEI COM UMA GARRAFA DE VODKA, 2 GARRAFAS DE VINHO TINTO, UMA DE JACK DANIEL'S, UMA PEQUENA CAIXA DE CHOCOLATES E UMA CAIXA DE CERVEJA... VOCÊ NÃO TEM IDÉIA O QUÃO BEM EU ME SENTI...
TENTE VOCÊ TAMBÉM....
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-QUERIA SER POBRE UM DIA NA VIDA, PORQUE SER TODO DIA É FODA!!
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"EU BEBO POUCO, MAS O POUCO QUE BEBO ME TRANSFORMA EM OUTRA PESSOA , E ESSA OUTRA PESSOA SIM, BEBE PRA CACETE"
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"QUAL É A PRINCIPAL DIFERENÇA ENTRE FRUSTRAÇÃO E DESESPERO? FRUSTRAÇÃO É QUANDO VOCÊ PELA PRIMEIRA VEZ NÃO CONSEGUE DAR A SEGUNDA..
DESESPERO É QUANDO VOCÊ PELA SEGUNDA VEZ NÃO CONSEGUE DAR A PRIMEIRA..."
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"SE SUA SOGRA É UMA JÓIA......
NÓS TEMOS A CAIXINHA !!!!!!!!! "
FUNERÁRIA SÃO JOSÉ
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AS MULHERES SÃO COMO O VINHO, COM O PASSAR DOS ANOS, UMAS SE TORNAM AINDA MAIS DOCES, OUTRAS, AZEDAM.
AS QUE AZEDAM É POR FALTA DE "ROLHA"!
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"DEVO TANTO QUE, SE EU CHAMAR MINHA MULHER DE BEM, O BANCO TOMA!!"
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"O MELHOR NEGÓCIO DO MUNDO É ABRIR UM PUTEIRO, SE VOCE FALIR, AINDA PODE COMER O ESTOQUE!"
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UM DIA LI QUE FUMAR ERA MAU E DEIXEI DE FUMAR.
LI QUE BEBER ERA MAU E DEIXEI DE BEBER.
LI QUE COMER GORDURAS ERA MAU E DEIXEI DE COMER.
LI QUE SEXO ERA MAU E ... DEIXEI DE LER !!!!
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ESTUDOS COMPROVAM QUE A POSIÇÃO SEXUAL QUE OS CASAIS MAIS USAM É A DE CACHORRINHO :
O MARIDO SENTA E IMPLORA...
A MULHER ROLA E FINGE DE MORTA....
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"PASSADO DE MULHER É IGUAL A COZINHA DE RESTAURANTE: MELHOR NÃO CONHECER SENÃO VOCÊ NÃO COME."
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NÃO BEBA DIRIGINDO! VOCÊ PODE DERRUBAR A CERVEJA.
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NÃO SE ACHE HORRÍVEL PELA MANHÃ: ACORDE AO MEIO DIA!!!
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"APRENDA UMA COISA: O MUNDO NÃO GIRA EM TORNO DE VOCÊ.. .. SÓ QUANDO VOCÊ BEBE DEMAIS."
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" EM DIA DE TEMPESTADES E TROVOADAS O LOCAL MAIS SEGURO É PERTO DA SOGRA, POIS NÃO HÁ RAIO QUE A PARTA."
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"SE NÃO HOUVE AMOR, VALEU PELO GOSTAR.
E NÃO HOUVE GOSTAR, VALEU PELO QUERER.
SE NÃO HOUVE QUERER, VALEU PELA ALEGRIA DE ESTAR COM VOCÊ.
SE NÃO HOUVE ALEGRIA, VALEU PELA AMIZADE.
SE NÃO HOUVE AMIZADE, VALEU PELA INTENÇÃO.
SE NÃO HOUVE INTENÇÃO: FODA-SE , VAI SER EXIGENTE ASSIM, NA PUTA QUE PARIU !!!!

quarta-feira, 3 de março de 2010

Emprego de moral

Nós, que estamos na casa dos trinta e poucos anos - eu disse poucos, e ai de quem me corrigir - quando éramos crianças, quando alguém perguntava pra gente o queria ser quando crescer, algumas profissões eram campeãs, como bombeiro e astronauta. Tudo quanto é moleque queria ser uma dessas duas coisas. Hoje em dia ninguém mais dá bola pra isso.
Se eu fosse criança hoje e alguém me perguntasse o que eu queria ser quando crescer, a resposta seria uma só: Operador Nacional do Sistema! Fala sério, que moral que esse cara tem, heim? Ele opera TODO o sistema. Do Brasil TODO. Animal.
Um dia ele acorda de mal humor e decide:
- Vou desligar a energia do Acre, só pra ver se alguém reclama. Nem sei se aquilo lá existe mesmo...
Agora imagina a cena: o cara tá tomando uma no balcão da boate, começa a conversar com uma gata e ela pergunta:
- O que você faz da vida?
- Bem, eu sou o Operador Nacional do Sistema...
Caraca, já pegou, é só passar a rasteira e levar pra casa. O cara manda muuuuuito.
Mas tem outros empregos du-ca-ra-lho, tipo: Advogado Geral da União. O cara é O advogado. Mexe com ele não, que ele te põe na cadeia, mano.
E ainda tem mais: Procurador Geral da União. O cara procura tudo. Sumiu? Perdeu? Não sabe onde tá? Liga pro Procurador Geral da União. Não sei se ele vai achar, mas que vai procurar, vai. Que mulher não quer um cara desses?

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Carnavais passados

Tenho usado esse blog pra registrar algumas histórias antigas, vou então relembrar meus primeiros (e loucos) carnavais fora de casa, destacando alguns eventos:
- 92: aos 18 anos, primeiro canaval longe de casa - nem valia a pena sair de Ouro Branco, de tão bom que era, mas esse ano fui pra Ouro Preto com a namorada. Foi muito bom, fiquei na casa dos avós de um vizinho meu, bem na Rua Direita. No segundo dia de carnaval, combinei com Léo Maconha (sim, esse é o apelido dele - não é o Léo debaixo não) de encontrar na frete da casa às quatro da matina. Cheguei na hora, esperei meia hora e avistei ao longe um casal vindo em zigue-zague: Léo e uma maluca que ele conheceu não sabia onde. E ele:
- Cara, perdi a chave, não dá pra entrar agora não. Mas não esquenta, meus avós acordam lá pelas nove da manhã.
Ótimo, faltavam só quatro horas e meia. Subi a rua Direita me arrastando de sono até a praça Tiradentes e não acreditei no que vi: um hotel a céu aberto. Tinha pelo menos uns trinta colchonetes espalhados pelo chão e mais uma galera encostada nos cantos. Descolei um cantinho na macia pedra do monumento e dormi que nem criança até oito da manhã, quando acordei com a orelha vermelha de sol e a perna melada de cerveja. Ah, a adolescência...
Desci, encontrei o Léo ainda mais doido do que da primeira vez, e o que é incrível: ele perguntou pra uma varredora de rua que passava por ali e ela encontrou a chave! Entramos e tomamos café, depois deitei na cama mais macia do mundo.
- 93: primeiro carnaval muito longe de casa - em Porto Seguro. Combinei com um amigo de república que tinha alugado uma casa com amigos de Brasília e fui de busão pra terra do Axé. Peguei a época de passarela do álcool e timbalada, assisti um espetáculo de dança africana no Reggae Night com uma mulata com os peitos de fora, fui a Trancoso e vi um monte de mulher pelada e pela primeira vez na vida peguei três mulheres na mesma noite - estava no paraíso.
Detalhe da casa: eram dois quartos, um deles tinha uma cama de casal, outro tinha uma beliche e uma cama de solteiro. Detalhe dos amigos: dois carros vindos de Brasília: uma Brasília com quatro e um Passat com cinco, mais eu de busão. Dormiam três na sala de entrada e dois na sala de jantar, um com a cabeça na cozinha.
Um dos caras de Brasília, o Grilo, ficou mega chapado na passarela do álcool, começou a falar em espanhol (mesmo sem saber) e numa dessas passou uma morena de vestidinho listrado preto e branco. E o Grilo: - Que morenita listradita, parece uma Zebrita! E virou pra trás, estabacando no chão e apagando, só acordou meia hora depois.
Numa noite, Marcelo pegou uma mulher numa esquina e levou pra casa. Tinha uns três em casa, ele foi pro quarto e executou. Ela queria mais, outro partiu pra cima. Virou bagunça, mais um na fila. Chegou no quarto, ela virou pro cara e pediu: - deixa eu mudar de posição, minha perna tá dormente...
- 94: carnaval com amigos de Viçosa em Piúma num apartamento alugado a dois quarteirões da praia. Quantas pessoas? Nem sei, umas quinze ou vinte. Detalhe: eu tinha acabado de operar o ombro, o médico recomendou fortemente que eu não bebesse, que não ficasse sem camisa e que trocasse o curativo a cada doze horas. Tinha que usar tipóia o tempo todo.
Imaginem a cena: segundo dia de carnaval, você é uma morena linda, médica recém formada, veio de Vitória e está passando o primeiro carnaval mais tranquila depois de anos ralando na faculdade. Você está com amigas, e de repente nota uma figura se destacando na multidão, uma cara alto, sem camisa, com pontos à mostra no ombro, uma tipóia solta pendurada e uma garrafa de gatorade na mão. Curiosa, você fica olhando, afinal, é médica. O cara percebe e chega junto, querendo saber seu nome, de onde você é. Você responde educadamente e pergunta sobre os pontos e a tipóia. O maluco conta a história da operação e das recomendações médicas e oferece o gatorade. Antes de tomar você cheira e percebe que é uísque. Quando vai começar a dar bronca no sujeito ele ataca e começa a te beijar. Sem acreditar, tentando se afastar, você percebe que o ombro dele está bem fortinho. Bem, fazer o que, é carnaval! Deixa ele se estrupiar pra lá e vamos aproveitar também, afinal ele beija tãaaao bem!
- 95: em Cabo Frio com amigos de Ouro Branco, desta vez com o Léo do post abaixo. Se não me engano ficamos na casa da tia dele. Bem perto tinha outros amigos de OB e sempre encontrávamos perto do hotel Malibu, onde o pau quebrava.
O fato curioso deste é engraçado mas queimava o filme, os caras não tinham noção mesmo. Ficávamos quatro de um lado e quatro do outro, e aquela fila passando no meio da gente. De repente a gente via uma menina gata, com cara de metida, e começava a gritar em coro:
- Ohhhhhh!! Ohhhhh!! Ohhhhh!!!
Aí a menina já fazia uma cara de esnobe, mas dava uma risadinha cínica e quando ela chegava bem no meio a gente fechava a roda com ela no meio, completava o refrão rodando e gritando:
- Horrorosa, feia pra caralho! Horrorosa, feia pra caralho! Horrorosa, feia pra caralho!!
A menina faltava matar, tentava bater pra sair da roda, xingava tudo quanto é nome, e depois a gente liberava, mas rachava o bico de rir, era muito engraçado!
Tem muito mais história, em 96 fui pra Piúma de novo, levamos quatro frascos de lança perfume, rolou até fila de mulher pra experimentar o danado na praia, depois de pago o devido pedágio, claro. 97 passei em Marataízes, 98 em Piúma... por aí a fora vai. O fato é que sempre me diverti pra caramba!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Amigo pá caralho (4)

Se for contar tempo de casa, esse cara aí é o campeão. Conheço a figura desde os 7 anos de idade, é mole? Estudamos juntos a maior parte dos primeiro e segundo graus (é, somos dessa época) e fomos vizinhos durante a adolescência toda. Conclusão, fizemos muita, mas muita bagunça juntos. E o Léo era fogo no rabo. Era o tipo do cara que saía de casa pensando assim: que que eu vou fazer de errado hoje?...
Incrível a criatividade dele. Tem uma cena que eu nunca vou esquecer. Léo morava diagonalmente à minha casa,  e entre a casa dele e a casa do meu vizinho de frente, havia uma passarela (coisa de interior). Um belo dia, estou na cozinha e ouço um barulho de fortes porradas, como se algo estivesse desabando. Saio na rua e vejo uma figura de óculos de natação, um lenço amarrado na cabeça, jaqueta jeans e joelheira de bicicross metendo marretada no muro do vizinho com toda força bem no meio da tarde. Cheguei perto e só ouvi o maluco rindo e gritando:
- Mister Marreta! Mister Marreta!
Claro que o vizinho apareceu e ele saiu correndo, e depois levou uma bronca do pai, mas tudo era festa. Entre as dezenas de peripécias que aprontei com Léo, teve uma histórica: o roubo do fusquinha. Morávamos em Ouro Branco, e muita gente comprava um carro mais velho pra ir pra Usina trabalhar junto e economizar uma grana. Eis que descobrimos que um fusca do pai de um amigo nosso ligava sem chave, era só apertar um interruptor embaixo do banco traseiro. Foi só bolar o plano infalível e pegamos o Véio, outro vizinho, como comparsa. A gente ia ficar acordado até tarde, empurrava o fusquinha até a esquina, descia ladeira abaixo e pegava no tranco. Moleza.
Só que escolhemos um dia que tinha jogo de copa do mundo até de madrugada. Ficamos rodando pela cidade pra passar o tempo e achamos uma boa atividade: karatê. Um de nossos vizinhos estava reformando o telhado e deixou as telhas novas na frente da casa em fila. A gente se posicionava lado a lado, contava até três e "karateeee!!!" dava uma voadora na fileira de telhas, quebrando um monte e fazendo aquele barulhão. Depois a gente saía correndo, mas tínhamos a cara de pau de voltar, contar quantas cada um tinha quebrado, limpar tudo e ainda mandava mais um karateeee!!! Rachando de rir, claro.
Voltando ao fusca, deu umas quatro da manhã, abrimos o carro, Léo no volante, eu e Véio empurrando. Primeira ladeira, o fusca não pegou. Empurramos mais, segunda ladeira, o fusca quase, quase, ligou, mas morreu logo depois. Andamos mais uns metros e paramos ele numa avenida pra descansar.
Nisso veio um carro no sentido contrário, e nós, resolvemos nos esconder atrás do fusca. Resultado, o cara, talvez meio neurótico, resolveu nos perseguir. Acelerou e nós saímos correndo. Subimos uma passarela e o cara deu a volta no quarteirão. Eu e Léo pulamos o muro e escondemos no jardim de uma casa, e o Véio correu pra outro lado. O cara do carro apareceu e ficou rondando, eu e Léo só olhando pela beirada do muro. De repente, vemos o Véio pulando um muro de uns três metros e saindo correndo, e o carro atrás dele acelerando a toda. Parecia cena de filme, nunca mais esqueço: o cabelo loiro do Véio contra o farol do carro atrás dele vindo a toda. Só deu tempo de ele entrar de novo na passarela e o carro passar pra dar a volta e procurar o Véio lá embaixo de novo. Eu e Léo aproveitamos e subimos pra nossa rua. Depois de uma meia hora chega o Véio mais branco que fantasma e xingando a gente de tudo quanto é nome, jurando que nunca mais saía com a gente de novo. Galinha que anda com pato morre afogado...
Mais algumas coisinhas que fizemos juntos: pixamos muros, roubamos frutas, quebramos vidros, subimos em árvores, andamos em cima de muros, pulamos cerca, pegamos carona em ônibus de bicicleta, quebramos lanternas de ônibus, quebramos vidros de ônibus, descemos ladeira de carrinho de rolimã, jogamos bete, brincamos de salada de fruta com as empregadas, apagamos padrão dos vizinhos,  irritamos os cachorros dos vizinhos, pegamos as filhas dos vizinhos, batemos nos filhos dos vizinhos, amassamos para-lamas de fuscas, quebramos grades, etc, etc, etc. Acho que isso explica um pouco a festa que houve em Ouro Branco depois que fomos embora de lá...

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Amigo pá caralho (3)


Não se enganem com a beca que o rapaz aí está usando, o evento foi o casamento dele, no qual fui padrinho. Eu tinha que conferir um acontecimento desses. O cara é um parceiraço, mais um que estudou em Viçosa e virou dinossauro por muito tempo depois da formatura. E como os dinossauros se unem, estávamos em tudo quanto é festa e boteco. Como muitos em Viçosa, ele pegou o apelido da terra natal: Colatina. Mas eu chamava ele de Cola-boy, pois tinha um lado meio playboy, tinha um Gol bola todo bacana e depois um Golf preto. Cola-boy era tão maluco que andava com um controle remoto e um cardápio dentro do carro. Se uma mulher começasse a falar demais, ele apertava o 'mute' nela. Ou ficava tentando trocar de canal, pra ver se a tagarela desconfiava. Se não desse certo ele mandava o cardápio e pedia pra ela escolher um sanduíche. A gente se divertia pra caramba nas saídas de carro, ainda mais depois que eu comprei o Palio preto, era só ver dois carros pretos voando por Viçosa pra saber que ia rolar bagunça em algum lugar.
Comecei a andar mais com Colá depois que me mudei pra uma república que ele tinha acabado de sair, e estava aflorando nele (coisa mais gay) o lado esportista, aí combinamos de fazer trilhas de bike. Numa delas Colá ficou pra trás na volta, vindo pela estrada já anoitecendo, e quando chegamos a Viçosa esperamos, esperamos e nada do cara. Fomos pra um boteco recuperar a energia gasta (e pra manter as gordurinhas em dia) e de repente chega a notícia que Colá tava no hospital. Fomos lá acudir o cara e ele estava tão confuso que não lembrava o nome nem onde morava, rolou uma amnésia. Até hoje nem ele sabe direito o que aconteceu. As más línguas dizem que o evento deixou ele mais perturbado ainda.
Depois de um tempo, eu trabalhando e Colá recebendo bolsa de mestrado, aumentamos o nível da nossa trilha. Saíamos lá pelas nove da manhã no fim de semana e depois de umas três ou quatro horas de trilha a gente ia pra uma churrascaria de Viçosa, pedia picanha argentina e um balde de gelo cheio de Cerveja Bohemia. Quer coisa melhor? A cerva descia que nem água. Pensando bem, melhor que água.
Mas um dos rocks mais divertidos que fizemos foi num carnaval em Teixeiras, uma roça, digo, cidadezinha perto de Viçosa. Eu, como sempre, dei um perdido na namorada e fomos pra lá. Colá tinha um chápeu que imitava uma camisinha (que nem o da foto abaixo) e levou pra dar uma zoada. Começamos a abordar a mulherada dizendo que estávamos fazendo uma campanha para uso da camisinha no carnaval, e que Colá era o mascote da campanha, o homem-camisinha. Depois das risadinhas das meninas oferecíamos um serviço de utilidade pública e sem más intenções: demonstrações gratuitas do uso da camisinha, com test-drive e tudo. E nem cobrávamos nada.

Como eu vivia trocando de namorada, mas sempre namorando, todas odiavam o Colá, pois de vez em quando ele me ligava e eu tinha que acudir o amigo, que estava com um grande problema pra resolver. Geralmente o problema era uma festa cheia de mulher ou alguma amiga segurando vela precisando de companhia. O que que a gente não faz pelos amigos...
Colá é ainda um puta amigo meu, estive com ele em Vitória no final do ano passado. É daqueles caras que a gente fica um tempão sem encontrar e quando encontra racha de rir das velhas histórias e deixa a mulher brava por causa da mulherada envolvida. Depois tem que fazer média pra amansar a fera.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Amigo pá caralho (2)


Outro cara amigaço desde a época de faculdade é o companheiro de gole da foto acima. Naquele momento estávamos em Blumenau na Oktoberfest e esse foi nosso café da manhã: chopp de graça (com muita espuma). Fabrício é de Viçosa, e também fez administração. Daí já podem tirar que o povo da adm é tudo doido. Assino embaixo. Em Viçosa compomos por um bom tempo um trio parada dura, junto com Tupã, outro nativo de Viçosa. Estávamos em todas as festas, viagens, botecos, casamentos, velórios, batizados, onde tivesse uma aglomeração (leia-se mulher) a gente tava dentro. Certa vez fomos pra Poços de Caldas num encontro de estudantes e ele entrou numa muvuca que viu em um prédio e de repente percebeu que era um velório na Câmara Municipal. Mas tinha cerveja. E mulher.
Quando o trio foi pra Oktoberfest, descobrimos que o cara também é ninja. Ficávamos juntos bolando estratégias de ataque, eu virava pro Tupã pra falar alguma coisa, e quando íamos perguntar pro Fabrício, ele tinha sumido. Do nada. A gente procurava, procurava (e olha que somos altos) e nada do rapaz. Quando a gente desistia, olhava pro lado... e lá estava o cara, aparecia do nada. Dava até susto.
Feibs, como eu sempre o chamei, é muito inteligente e estudioso, e por isso mesmo, meio perturbado. Mas o que eu admirava na época de faculdade é que o cara estava sempre nas festas e botecos e mesmo assim tirava notão em todas as matérias. E sempre foi divertidíssimo sair com ele, sempre dava alguma pala. Dotado de uma incrível falta de sequência, ele viaja a cada cinco segundos. Começa a falar uma coisa, muda de assunto no meio, responde uma pergunta que vc fez há cinco dias, e depois volta pro assunto original. É uma comédia.
Em uma festa à fantasia no ginásio da UFV ele resolveu pegar o caldeirão que uma garota tinha feito de cartolina pra fantasia de bruxa, colocou na cabeça e saiu rodando pelo salão. Rodando e trombando, como não tava vendo nada derrubou umas quinze pessoas. E eu atrás dele, pra evitar uma confusão maior, já que ele trombava em casais e os caras ficavam meio putos, até que consegui tirar o caldeirão da cabeça dele. Ele sempre era desorientado nas festas, sóbrio ele já é doido, imagina bebendo.
Em outra festa no ginásio, Feibs já chegou pra lá de Bagdá. Entramos, rodamos, azaramos, e como sempre Feibs sumiu de uma hora pra outra. No dia seguinte, ele chegou bravo pra gente: "pô, sacanagem, deixaram eu dormir no carro e nem me chamaram pra entrar na festa." Todo mundo se olhou assustado e tentamos explicar pro rapaz que ele tinha entrado, ficou uma meia hora e desapareceu. E ele: "ah, qualé, quando cheguei na festa resolvi dar um tempo no carro e acordei lá pelas quatro da manhã!" E não adiantava tentar explicar que ele tinha entrado, já tava puto da vida porque não aproveitou a festa, e a culpa era nossa. Pelo menos não foi dirigindo pra casa chapado, curou depois de quatro horas de sono.
Nessa foto aí debaixo estou brindando com ele a esposa. É, ele conseguiu alguém pra tomar conta dele, esse menino solto por aí é um perigo. Pelo menos ela se diverte muito com as maluquices dele.

Apesar de atleticano, é um cara muito bacana, do bem, e amigo pra caramba. Apesar de atleticano, é um dos caras que mais me orgulho de ser amigo. Apesar de atleticano, é bem humorado, animado e continua muito engraçado. Mas tinha que ser atleticano...

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Amigo pá caralho (1)


Inspirado no post anterior vou prestar uma homenagem aos caras que considero amigos pá caralho. Não tem ordem de mais amigo ou menos amigo, vou listar os que derem na telha. Mesmo porque amigo meu não tem essa viadagem de amiguinho do coração, é tudo chegado do mesmo tanto.
O rapaz alegre à direita da foto acima é o Tangão, vulgo Daniel, parceiraço desde nem sei quando. Ele também formou em administração em Viçosa, era da turma de 94, dois anos depois da minha. Sempre nos esbarrávamos nas festas e bares mas ficamos mais amigos depois da formatura, afinal éramos dinossauros assumidos de Viçosa. Quem fica em Viçosa depois da formatura sente a diferença em relação à época de estudante. Nos primeiros anos nem tanto, mas depois do quarto ano já não conhecemos muita gente da universidade. Aí é que os dinossauros se unem, saem à caça para cercar as vítimas de um lado enquanto o outro ataca do outro. No final conseguíamos sair com alguns pedaços de carne na boca. Literalmente.
Eu e Tangão temos história pra caramba. Já fizemos altas parcerias com mulher, pegando irmãs, primas, colegas e até inimigas. Sempre me lembro das nossas viagens de carro de Viçosa para BH. Saíamos de Viçosa sexta à noite ou sábado depois do almoço e a viagem durava umas quatro ou cinco horas (normalmente não chegava a três). O "problema" é que íamos parando nas cidades do caminho para tomar umas, jogar sinuca ou azarar umas gatinhas em uma festa que estivesse rolando (a foto acima é numa dessas, em Ouro Preto). Numa dessas secamos uma garrafa de Vodka Lemon (se me lembro bem). Mas não era coisa de ficar chapado, tínhamos responsabilidade e um fígado poderoso que não deixava a cachaça subir.
Mas engraçado mesmo foi quando levamos um filhote de Labrador para a irmã de um amigo nosso. O cachorro era preto e o carro do Daniel na época era uma picape Fiat. Nesse dia viajamos à noite, saímos de Viçosa umas seis e meia da tarde e pegamos estrada. Coloquei o cachorro nos meu pés e fiquei de olho nele. Paramos pra tomar uma e deixamos o cachorrinho lá. Voltamos e já estava escuro. Chegando em Mariana, tava rolando a maior festa na rodoviária (a rodoviária de lá é bacana, não é coisa xula não). Pensei em levar o cachorro pra dar uma volta na grama, fazer necessidades, sei lá. Fui pegar, e cadê o bicho? Ligamos as luzes internas, procurei o bicho no chão, embaixo do meu banco e nada. Não era possível, em uma cabine de picape o bicho sumir. Olhamos atrás dos bancos e nada. Só faltava embaixo do banco do Daniel, e lá estava o bichinho, todo encolhido.
Peguei ele e levei pra grama perto dos banheiros químicos. Resolvi aliviar a bexiga e fiquei com a porta meio aberta vigiando o neguinho. Foi só me virar pra fechar o zíper e ele sumiu. Procurei atrás dos banheiros, na frente e nada. Mais uma vez o malandro se escondeu, desta vez entre dois banheiros. Peguei e percebi que ele tinha feito um cocozinho na grama. Ficamos um tempo lá, curtimos a festa e fomos embora. Mas no caminho, um puta fedor de cocô. Achei que o bichinho tinha pisado e paramos pra limpar. Pegamos uns jornais que tinha no carro e realmente ele tinha um pouquinho nas patas. Limpamos e relimpamos e voltamos pra estrada. Mas o cheiro de cocô continuava forte. Tivemos que parar de novo e descobrimos o culpado: eu tinha pisado no cocô também e meu sapato tava todo borrado. Limpei o pé mas o cheiro já tinha impregnado a cabine. Resultado, fomos até BH com as janelas totalmente abertas, num frio danado, mas colocando a cabeça pra fora. Chegamos lá que nem picolé. Foi a entrega mais catinguenta que já fiz.

Daniel é um grande parceiro até hoje, não dá mais pra sairmos juntos atrás da mulherada (tô enforcado, digo, casado) mas ainda somos amigos pá caralho!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

As diferenças entre um 'simples amigo', um 'amigo de verdade' e um 'amigo pá caralho'

. Um simples amigo traz uma garrafa de vinho para sua festa.
. Um amigo de verdade chega cedo, ajuda a cozinhar e fica até mais tarde para te ajudar a limpar.
. Um amigo pá caralho não faz nada disso, e ainda bebe todas na sua festa, vomita no tapete da sua mãe e dorme atrás do sofá até segunda-feira pela manhã, quando a empregada o encontra.

. Um simples amigo odeia quando você liga depois que ele já se deitou.
. Um amigo de verdade pergunta por que você demorou tanto para ligar.
. Um amigo pá caralho pergunta se você tá virando viado prá ligar aquela hora, te manda dormir e tomar no cú e fala para você ir curar tuas mágoas com cachaça.
 
. Um simples amigo procura você para conversar sobre seus próprios problemas.
. Um amigo de verdade procura você para te ajudar com os teus problemas.
. Um amigo pá-caralho procura você, te ajuda com os teus problemas e ainda te leva pra gandaia e paga todas.

. Um simples amigo, ao visitá-lo, age como uma visita.
. Um amigo de verdade abre a geladeira e serve-se sozinho.
. Um amigo pá caralho abre a geladeira, serve-se sozinho e ainda reclama que só tem Kaiser.

. Um simples amigo pensa que a amizade acabou depois de uma discussão.
. Um amigo de verdade sabe que não é amizade enquanto não teve a primeira briga.
. Um amigo pá caralho xinga você, chuta o seu cachorro e risca teu carro, mas tá tudo bem.

. Um simples amigo espera que você esteja sempre lá para ele.
. Um amigo de verdade espera sempre estar lá pra você.
. Um amigo pá caralho te espera duas horas no bar até ficar revoltado, vai até a sua casa, xinga você, chuta o seu cachorro e risca seu carro.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Rá!


Esses dias me deparei com mais uma vantagem em ser cadeirante: quando vemos essa placa aí de cima podemos rodar, virar, girar e até empinar que não escorregamos! Claro que os pneus devem estar novos, se estiverem carecas o caboclo só para na parede.
E o pior é que ninguém respeita essa placa, todo mundo passa do lado achando que "é só ficar firme" e aí neguinho se estabefa no chão. Nós cadeirantes só podemos ter uma reação diante disso: Rá! Comigo não, violão!