quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Execução de cadeirante

Uma das formas mais usadas de execução na idade média foi a forca, em que o povo se juntava na praça para ouvir a sentença e assistir os corpos balançando no ar. Parece divertido, né?
Imaginem se um dos acusados fosse cadeirante? Será que teriam o trabalho de carregá-lo até a forca? Claro que não, a forma mais fácil é construir uma forca adaptada! Era a forma de calar a boca dos cadeirantes da época que viviam reclamando das condições das ruas, prédios e castelos.
Ainda bem que não vivi naquela época...
Me lembrei de um filme que vi há um tempo atrás em que um cadeirante reclamava da injustiça do mundo, e que nem se suicidar ele podia, já que não alcançava o parapeito da ponte para se jogar. Para ele também serve a solução, Tabajara Cadeiration Executeitor!!

sábado, 26 de setembro de 2009

Sampatão

Confesso que relutei muito antes de colocar essa foto aqui, apesar do contexto minimizar o mico, não deixa de ser a foto mais comprometedora que tenho. A mais bichosa, sem dúvida. Vamos ao contexto.
Cidade: Ouro Branco
Época: Início dos anos 80
Evento: matinê de Carnaval
Idade: entre 12 e 15 anos
Sou da época em que o carnaval do interior de Minas era o melhor do Brasil. Sério. Não tinha Salvador, Porto Seguro, Piúma, nada me faria deixar de passar o carnaval em Ouro Branco, cidade em que fui criado, na época tinha menos de 30 mil habitantes. E era mania nacional homem vestir-se de mulher no carnaval para brincar com os amigos e família. Ainda hoje tem muita gente que faz isso.
Pra se ter uma idéia, no carnaval tinha desfile de escola de samba, blocos atrás de trio elétrico, matinê no clube da cidade e carnaval de salão à noite e madrugada. Era bom demais. E neste bendito ano, não lembro exatamente qual, minha mãe e as vizinhas resolveram nos vestir de mulher pra matinê. Eu e mais uns dez amigos, fomos submetidos a sessões torturantes de prova de vestido, maquiagem e até peruca. Maaaaas, como éramos crianças, tudo era festa. Pra completar meu figurino, minha mãe colou um papel nas minhas costas com os dizeres: SAMPATÃO!
Mas fala sério, até que eu seria uma mulher arrumadinha... isso antes de chegar aos 1,95m e sapato 45, aí com certeza eu seria uma mulher desengonçada, ou uma drag queen espalhafatosa. Cruzes!!
Alguns anos depois, adolescente, comecei a frequentar as festas de salão. Tocavam aquelas marchinhas sem parar, o povo fazia trenzinho, rodinhas, casais se pegavam nos cantos, e quase todo mundo cheirava lança perfume. Em um desses anos, se não me engano o último em que passei lá, eu devia ter 17 anos, e eu e meus amigos resolvemos fabricar loló, o alternativo ao lança perfume, caro demais para nós na época. Fomos à farmácia que sabíamos que vendia e compramos o tal do clofórmio.
Fomos pra casa de um de nós cujos pais estavam fora e preparamos a mistura. Usamos halls, perfume de maça e outros sabores para dar um gostinho. E não é que funcionou? O loló ficou de primeira, o difícil foi parar de fazer as "provas" antes de colocar nos vidros de xarope e levar pra festa de carnaval. Neste dia tive uma grande sacada pra conquistar uma menina.
Levei uma meia branca novinha para cheirar o loló, e num determinado momento chamamos algumas meninas para ir até o carro experimentar o alucinógeno. Sentei no banco de trás com uma delas e meu amigo no da frente. Peguei minha meia branca e coloquei em uma ponta pra mim, na outra pra ela. Depois coloquei um pouco mais pro meio pra mim, mais pro meio pra ela... até chegar bem no meio da meia, aí mandei um beijo na boca da menina, que a esta altura não sabia qual era seu nome mais. E pra falar a verdade, nem eu lembro... Ah, os carnavais em Ouro Branco...

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Camisola de cirurgia

Tem gente que treme só de ouvir a palavra cirurgia, mas eu já passei por tantas que pra mim é como se fosse fazer uma consulta ou tirar um raio X. Mas fazia um tempinho (mais de 3 anos) que eu não entrava num bloco cirúrgico (alalaooo, ooooo, ooooo) e não tinha que vestir a danada da camisola de cirurgia.
O procedimento já sei de cor, entra na salinha, tira a roupa toda, inclusive a íntima, tira relógio, pulseira, brinco, etc, etc, e veste a camisola de cirurgia, aquela ridícula que fica a bunda de fora se você não amarrar atrás. Deve ter sido algum boiola que inventou aquilo, afinal, porque a abertura é nas costas? Porque muitas vezes as pessoas tem que chamar o enfermeiro (nesses casos é sempre homem) pra amarrar a cordinha enquanto dá uma sacada na bunda do infeliz? As cirurgias, acredito, devem ser na maior parte das vezes feitas pela frente, não justifica a abertura nas costas. Só pra sacanear o cara que, não bastasse se sentir um boi indo pro abatedouro, ainda tem que pagar um ridículo, pois a cordinha não aguenta nem dois minutos amarrada. Você só percebe quando bate aquele vento sul no rego.
Ah, mas comigo é diferente!! Eu estou sempre sentado, ninguém vai ficar vendo minha bunda!! Peguei a camisola, a touquinha e mais duas touquinhas pros pés. Já tinha visto chinelo, mas touquinha pros pés foi a primeira vez. O enfermeiro já veio engraçadinho pra cima de mim, perguntando se consigo tirar a roupa e vestir a outra sozinho. COM CERTEZA, falei puxando cortininha. Tirei a roupa, já fui sem cordão nem relógio porque sei que tem que tirar tudo, coloquei a camisola... e lembrei que é ainda mais difícil amarrar atrás na cadeira de rodas. Mas eu ia tentar até a morte.
Percebendo minha demora o cara já veio se oferecendo: quer que eu amarre pra você? Como eu já estava quase enroscando nos panos, fui obrigado a aceitar. Mas pelo menos encostei a bunda no encosto da cadeira pra evitar a "sacada" do rapaz alegre. Bumbum que mamãe passou talco marmanjo nenhum fica manjando não.
Beleza, camisolinha no jeito, pra variar ficou um pouquinho curta, um palmo acima do joelho, e saí todo feliz pra sala de espera, já que ninguém ia ver minha bunda. Tô tranqüilo sentado lá e percebi uma inquietação da menina que estava na minha frente, um misto de surpresa e excitação, vontade de rir, revirando os olhinhos... aí percebi que, como eu estava sentado, o que estava aparecendo era o Big John e suas bolotas adestradas. Maravilha, espetáculo completo, e a mocinha nem desviava o olhar. E a provável mãe dela, ao lado, descobriu o motivo da alegria e mandou uma olhada daquelas tipo raio laser, senti até calor. Discretamente dei uma puxada na camisola pra ver se descia um pouco, e coloquei a mão entre as pernas pra acabar com a festa da platéia. Bom, pelo menos foi melhor que mostrar a bunda. E ganhei duas fãs de carteirinha, que não tiraram o olho de mim até eu ir embora.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Debrida... o que?

Tratando da minha escara o cirurgião plástico recomendou fazer um debridamento cirúrgico. Na hora soltei a frase do título: o que?? Explicou o procedimento, disse que eu precisava internar e ir pro bloco cirúrgico (sempre que ouço isso penso num monte de médico com touca colorida atrás do trio elétrico no carnaval). No fim das contas, perguntei: vai tirar essa casca, não é? Sim, disse o médico.
Conclusão: assim como paliativo é uma forma chique de dizer gambiarra, debridamento é uma forma chique de dizer "arrancar a casquinha", né? Antes que o médico me batesse eu saí correndo - ou melhor, rodando. E espero que ele não leia esse post...

domingo, 20 de setembro de 2009

Vantagens de ser casado

A primeira pergunta óbvia para quem lê o título é: E TEM ALGUMA???
Teoricamente sim. Além das óbvias "é mais econômico" e "é mais cômodo" descobri hoje uma atividade impensável de se fazer quando eu era solteiro: acompanhar a mulher em uma loja de departamentos pra mulher. Pra não ficar no lenga-lenga olha roupa, escolhe, prova, procura uma calça, escolhe, prova, e por aí vai, o legal é ser cavalheiro e sugerir que ela escolha todas as peças de roupa que interessar enquanto você segura para ela experimentar tudo depois. Aí tem uma vantagem em ser cadeirante, podemos colocar as roupas todas no colo e, enquanto você conseguir enxergar o caminho, não incomoda.
Aí vem a parte boa: os provadores. Essas grandes lojas hoje em dia tem provadores gigantes, umas quinze ou vinte portinhas cobertas por panos que teimam em deixar frestas à vista. E como sempre tem espelho dos dois lados, rola um voyer básico. Aí você só precisa encontrar um lugar estratégico enquanto vai passando as roupas pra sua mulher vestir. É bom demais. O entra e sai de cocotinhas, as portinholas sempre deixado uma desprevenida à vista, e só o ambiente lotado de mulher já é uma experiência maravilhosa. Pena que, aí vem a desgraça, é só pra olhar. Mas pra quem é casado, essa proximidade já satisfaz e deixa o cara imaginativo e animadinho o resto do dia. E à noite...
Mas tem que tomar o cuidado de não deixar sua mulher perceber sua cara de safado enquanto olha de cima a baixo toda mulher que entra. A sugestão é ir de boné, e ficar com a cabeça baixa, quando ela chamar, você vira na hora e fala: "nossa, esse ficou lindo..."
Para reafirmar o tópico, vantagens de ser casado, aí vão dez:

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Rock in Rio II

EU FUI!! E pirei o cabeção. Era 1991, eu tinha 17 anos e curtia rock pesado. Gostava muito de Guns and Roses, estavam no auge, mas ouvia também Megadeth, Metallica e Sepultura. Eis que surge a chance de ir ao Rock in Rio II. Eu morava em Ouro Branco, a 100km de BH, e chamei um amigo, pra deixar a mãe menos preocupada, e combinamos de ir num ônibus que vinha de BH. Fizemos as reservas para o dia do metal, que incluía Megadeth, Sepultura e Guns and Roses, e esperamos ansiosamente os ingressos.
Mas na semana anterior ao grande dia... meu amigo desistiu. Minha mãe ficou doida, eu não podia ir sozinho, pois não conhecia ninguém. Tadinho de mim, 1,95m, desamparado, largado, sem nenhum amiguinho pra proteger. Foi assim que convenci a ela me deixar ir sozinho mesmo.
No dia eu tava que era só ansiedade, meu pai me levou na BR pra pegar o ônibus, lá pelas dez da manhã. Os shows começavam às 18:00 e iam sabe-se lá até que hora. Chegou o ônibus, lotado, parou no ponto e a primeira figura que apareceu quando a porta se abriu era um cara com os cabelos compridos que estava com uma camisa branca com os seguintes dizeres:
Já achei show de bola o trocadilho da camisa do cara e embarquei todo empolgado. Fui conhecendo a galera, a maior parte entre 18 e 25 anos. Já fiz amizade de cara com o cara da LSD e três meninas de Lafaiete. Ônibus com jovens indo pra festa sabem como é, pau quebrando o tempo todo, música, zoação, um grande barato. Chegamos ao Rio, demos uma parada pra lanchar e partimos pro Maracanã. Eu nunca havia entrado no estádio, e era tudo novidade. O maior estádio do Brasil, adaptado para receber o Rock in Rio, com um mega palco em uma das extremidades e a grama coberta por um tablado. Chegamos às 18:10 e o Sepultura já estava começando a tocar. Fomos para o mais próximo possível do palco nos instalmos lá, eu o LSD, um cara de Ouro Preto e as três meninas. Eu estava de camiseta K&K (lembram disso?) e um boné camuflado. Curtimos o show, e começou a encher cada vez mais. A sequência de shows foi a seguinte:
  • Sepultura
  • Lobão
  • Megadeth
  • Queensrÿche
  • Judas Priest
  • Guns and Roses
O Megadeth já impressionou. Bateria cheia de correntes, umas caixas tipo exportação compondo o palco, e o vocalista que mais parecia grunhir e morder o microfone do que cantar. Bem, na época eu curtia. A banda seguinte eu nunca tinha ouvido falar, mas também era boa. Na hora do Judas Priest... O palco se apagou, rolou um suspense, e de repente começou um barulho de motor ligando. Motor de moto. Ligou e começou a acelerar. De repente, o palco, que era uma estrutura grande que estava coberta ao fundo, se abriu e apareceu o facho de luz de uma Harley Davidson que entrou no palco acelerando forte. Era o vocalista, que deu mais uma acelerada forte no motor, que já emendou com a guitarra e começou a primeira música. Pauleeeeeraaaaa!!!! Foi o show pirotécnico mais louco que vi na vida, tinha uns "raios laser" que atravessavam por cima da multidão e projetavam do outro lado do estádio, um espetáculo. Uma dessas formou uma espécie de rede por cima do povo, show.
Detalhe: ao nosso redor foram chegando os Head Bangers, metaleiros barra pesada da época. Aquela densidade demográfica próximo a 10 pessoas por metro quadrado, e os caras resolveram abrir uma rodinha na base da cutuvelada. Deu certo, ficou uma roda e os caras curtindo geral, meio dançando, meio dando porrada, coisa mais louca. Estávamos na beira da roda e entrei no esquema, tá na chuva é pra molhar. Ah, estava sendo transmitido ao vivo, e minha mãe não aguentou acompanhar e dormiu. Ainda bem, porque eu apareci várias vezes na televisão, dançando que nem um animal no meio dos metaleiros. Se minha mãe tivesse visto, desmaiava.
O último show foi do Guns N' Roses, o Slash era um dos melhores guitarristas do mundo, deu um solo bem na minha frente, a uns cinco metros, eu não consegui acompanhar os dedos do cara. Putz, curti demais da conta. Saímos do Maracanã às três e meia da manhã, tomei um litro de refri de uma vez (eu não bebia) e fomos pro busão encarar a viagem de volta. Cheguei em casa exausto e cheio de história pra contar. Inesquecível!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Utilização correta da vaga para deficientes

Esse sim fez a coisa certa, afinal o desenho é de uma pessoa em uma cadeira de rodas, nada mais justo do que estacionar a cadeira no lugar próprio. Só queria saber onde ele arrumou esse alarme, quero colocar um na minha!!!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Roho de pobre

Por falta de $oportunidade$ não posso comprar a famosa almofada de ar Roho, que tem vários gominhos que massageiam a sua bunda enquanto você passa horas sentado. Mas não me dei por vencido e busquei uma alternativa, um paliativo (palavra bonita pra falar gambiarra sem parecer peão de obra).
Assim encontrei, em uma dessas casas de material ortopédico (que já me conhecem pelo nome) a almofada de água. A idéia é encher até a metade com água e tirar o ar restante, e colocar no assento da cadeira de rodas, para aliviar o popô. Mas pensei, será que só com ar funciona? Fiz o teste, enchi até a metade com ar (não me pergunte como medi) e sentei em cima. E não é que o troço funcionou? Quando vou pra aula dá pra rebolar, por o peso em um lado da bunda, por no outro e serve para aliviar bem a pressão e as dores. E olha que estou com uma escara de estimação que, mesmo passando oito horas sentado na sala de aula, está melhorando.
Mas não é só isso! Este maravilhoso produto pode ser adquirido nas casas especializadas por apenas 17,00 reals! Não é incrível? Então, você que é mal das pernas em dois sentidos, como eu, corre já pra uma loja e compre o seu!!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Crash Test com cadeira de rodas

Vejam como é importante o cinto de segurança, até em cadeira de rodas tem que usar!
Imagina se você está descendo a mil por hora uma ladeira e de repente dá de cara com um carro na esquina. Se não estiver usando o cinto de segurança, vai voar longe! E acabar de se estrupiar de vez!
Amiguinhos encadeirados, instalem já o cinto de segurança Tabajara!!!