"- É a maior concentração de gente quebrada, mal acabada e faltando pedaço da américa latina!"
Foi meu primeiro comentário ao chegar na Reatech 2009, em São Paulo.
"- Putaquiupariu, nunca vi tanto "mamulengomóvel" junto!"
Foi minha expressão ao chegar no estacionamento e ver aquela proliferação de adesivos de deficiente nos carros. Tinha de Fusca a Pajero, de Honda Biz (isso mesmo, uma Honda Biz de três rodas e adaptada) a Ford Fusion.
Entrando no evento, mais uma visão incrível, congestionamento e fila de cadeira de rodas, saindo e entrando. Foda foi não poder usar a máxima "sai da frente aí, tenho preferência" que nós mamulengos tanto gostamos. Até fiquei com vontade de gritar isso só de sacanagem, pra ver a cara do povo, mas fiquei com medo de levar uma muletada na orêia.
Se a mamulengolândia, ou matrix, tem uma capital, é a Reatech. Impressionante a quantidade de mamulengos e as tecnologias disponíveis para tornar a vida desse nosso povo menos ordinária.
Bem no meio da feira, o bizarro monumento acima, simbolizando os quebrados desse Brasil. Não sei porque me pareceu um veículo de guerra, um tanque-cadeira-de-rodas para colocarmos no front da batalha final para conquistar o mundo.
Passeando calmamente pela feira eis que surge uma cadeira de rodas a mil por hora, passando a centímetros da minha. Na hora lembrei de uma gíria da roça, quando presenciam algo horrível dizem: mais feio que tromabada de charrete. Não deve ser uma coisa bonita de se ver, cavalo pra um lado, pedaço de charrete pra outro, gente no meio daquilo. Mas deve ser ainda mais feio trombada de cadeira de rodas. Ainda mais em alta velocidade. As cadeiras se enroscando, mamulengo batendo em mamulengo, pernas sem controle enroscando, aquela visão do inferno! Deve ser que nem aqueles bonecos de teste de batida de carro, os dummies, sem cinto de segurança. Pé batendo em cabeça, joelho na boca do stromago, cutuvelada nas costela.
Pra ter uma idéia, olha só como fica o símbolo universal dos mamulengo:
Crê em Deus pai. Me livra de uma dessa!
Nenhum comentário:
Postar um comentário