sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Rock in Rio II

EU FUI!! E pirei o cabeção. Era 1991, eu tinha 17 anos e curtia rock pesado. Gostava muito de Guns and Roses, estavam no auge, mas ouvia também Megadeth, Metallica e Sepultura. Eis que surge a chance de ir ao Rock in Rio II. Eu morava em Ouro Branco, a 100km de BH, e chamei um amigo, pra deixar a mãe menos preocupada, e combinamos de ir num ônibus que vinha de BH. Fizemos as reservas para o dia do metal, que incluía Megadeth, Sepultura e Guns and Roses, e esperamos ansiosamente os ingressos.
Mas na semana anterior ao grande dia... meu amigo desistiu. Minha mãe ficou doida, eu não podia ir sozinho, pois não conhecia ninguém. Tadinho de mim, 1,95m, desamparado, largado, sem nenhum amiguinho pra proteger. Foi assim que convenci a ela me deixar ir sozinho mesmo.
No dia eu tava que era só ansiedade, meu pai me levou na BR pra pegar o ônibus, lá pelas dez da manhã. Os shows começavam às 18:00 e iam sabe-se lá até que hora. Chegou o ônibus, lotado, parou no ponto e a primeira figura que apareceu quando a porta se abriu era um cara com os cabelos compridos que estava com uma camisa branca com os seguintes dizeres:
Já achei show de bola o trocadilho da camisa do cara e embarquei todo empolgado. Fui conhecendo a galera, a maior parte entre 18 e 25 anos. Já fiz amizade de cara com o cara da LSD e três meninas de Lafaiete. Ônibus com jovens indo pra festa sabem como é, pau quebrando o tempo todo, música, zoação, um grande barato. Chegamos ao Rio, demos uma parada pra lanchar e partimos pro Maracanã. Eu nunca havia entrado no estádio, e era tudo novidade. O maior estádio do Brasil, adaptado para receber o Rock in Rio, com um mega palco em uma das extremidades e a grama coberta por um tablado. Chegamos às 18:10 e o Sepultura já estava começando a tocar. Fomos para o mais próximo possível do palco nos instalmos lá, eu o LSD, um cara de Ouro Preto e as três meninas. Eu estava de camiseta K&K (lembram disso?) e um boné camuflado. Curtimos o show, e começou a encher cada vez mais. A sequência de shows foi a seguinte:
  • Sepultura
  • Lobão
  • Megadeth
  • Queensrÿche
  • Judas Priest
  • Guns and Roses
O Megadeth já impressionou. Bateria cheia de correntes, umas caixas tipo exportação compondo o palco, e o vocalista que mais parecia grunhir e morder o microfone do que cantar. Bem, na época eu curtia. A banda seguinte eu nunca tinha ouvido falar, mas também era boa. Na hora do Judas Priest... O palco se apagou, rolou um suspense, e de repente começou um barulho de motor ligando. Motor de moto. Ligou e começou a acelerar. De repente, o palco, que era uma estrutura grande que estava coberta ao fundo, se abriu e apareceu o facho de luz de uma Harley Davidson que entrou no palco acelerando forte. Era o vocalista, que deu mais uma acelerada forte no motor, que já emendou com a guitarra e começou a primeira música. Pauleeeeeraaaaa!!!! Foi o show pirotécnico mais louco que vi na vida, tinha uns "raios laser" que atravessavam por cima da multidão e projetavam do outro lado do estádio, um espetáculo. Uma dessas formou uma espécie de rede por cima do povo, show.
Detalhe: ao nosso redor foram chegando os Head Bangers, metaleiros barra pesada da época. Aquela densidade demográfica próximo a 10 pessoas por metro quadrado, e os caras resolveram abrir uma rodinha na base da cutuvelada. Deu certo, ficou uma roda e os caras curtindo geral, meio dançando, meio dando porrada, coisa mais louca. Estávamos na beira da roda e entrei no esquema, tá na chuva é pra molhar. Ah, estava sendo transmitido ao vivo, e minha mãe não aguentou acompanhar e dormiu. Ainda bem, porque eu apareci várias vezes na televisão, dançando que nem um animal no meio dos metaleiros. Se minha mãe tivesse visto, desmaiava.
O último show foi do Guns N' Roses, o Slash era um dos melhores guitarristas do mundo, deu um solo bem na minha frente, a uns cinco metros, eu não consegui acompanhar os dedos do cara. Putz, curti demais da conta. Saímos do Maracanã às três e meia da manhã, tomei um litro de refri de uma vez (eu não bebia) e fomos pro busão encarar a viagem de volta. Cheguei em casa exausto e cheio de história pra contar. Inesquecível!

2 comentários:

  1. Também fui ao Rock In Rio e cheguei a seguinte conclusão:Meleca de Rock in Rio, só perde pra meleca de trio elétrico.

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  2. Sam... Queenrÿche era aquela banda que o Boiola gostava pra caralho e mostrou pro Negão, que se amarrou e queria tirar as músicas no violão de qq jeito. Silent Lucity, Empire... eu só não lembrava deles terem ido no Rock in Rio. By the way, este post me lembrou da gente assistindo Living Color no Hollywood Rock (na tv) com vestibular na manhã seguinte. Haha... bons tempos. Abraços

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